Neste artigo, vamos analisar uma peça muito especial no jogo de xadrez: a rainha (ou dama). Chamada de rainha, ou mesmo de virgem, a rainha tem, inquestionavelmente, um lugar especial no jogo de xadrez. Enquanto o rei é a peça com que o jogo termina (e o objetivo do jogo do adversário), a rainha é sem dúvidaa peça mais poderosa do jogo. Combina os movimentos das duas peças mais poderosas do jogo (depois dela), que são a torre e o bispo. Quais são as características específicas dos movimentos da rainha? O que é que ela permite em termos de estratégia de xadrez? Como é que a rainha passou a ter tanto poder no jogo?
Resumo:
I – Os movimentos da rainha no xadrez
- A rainha no xadrez, o básico que você precisa saber
- Estratégia de xadrez com a rainha no xadrez: Garfo, peça de longo alcance, defesa e ataque.
II – A história da rainha, a peça mais forte do jogo: de vizir a rainha!
- O jogo de xadrez e a rainha do xadrez no contexto da sua adaptação à cultura europeia
- O peão e a rainha do xadrez durante o período revolucionário
- A rainha, rainha ou virgem? Uma influência definitiva do cristianismo.
I – Os movimentos da rainha no xadrez &.
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A rainha (ou queen por abuso de linguagem, embora seja notada D como rainha em francês) é a peça mestra do jogo. Embora tenha tido uma importância ainda maior no passado e tenha sido resgatada para reequilibrar o jogo, continua a ser a peça mais importante. Vamos primeiroestudar os seus movimentos. Procura um tabuleiro de xadrez clássico? Escolha o nosso superb tournament chessboard! :
1. A rainha do xadrez, o básico que você precisa saber
Uma peça delongo alcance, a rainha é capaz de se mover emlinha horizontal bem como emlinha verticalsem quadrado máximo. A menos que encontre outra peça no seu caminho. Os seus movimentos combinam, portanto, os da torre e do bispo. Como todas as peças (exceto peões durante a captura en passant), come uma peça movendo-se para a sua casa.
Cada lado tem portanto uma rainha, colocada emd1 para a rainha branca e emd8 para a rainha preta.
Como mnemónica, lembre-se quea rainha está sempre na sua cor!
2. Estratégia de xadrez com a rainha no xadrez: garfo, peça de longo alcance, defesa e ataque.
A rainha é apeça perfeita para bifurcar, ou seja, duplo ataque. Graças a uma grande possibilidade no facto de poder cobrir muitas casas (horizontal e verticalmente), isso é possível. Uma estimativa (que não é, de modo algum, uma regra) coloca a sua importância ao nível de 9 a 10 peões combinados! A rainha é muitas vezes utilizada rapidamente pelos principiantes para tentar apanhar e colocar emcheckmate o rei em apenas algumas jogadas. Mas isto acaba por não ser necessariamente uma boa ideia, o que os jogadores mais experientes não fazem.
Porque pode igualmente colocar a rainha em perigo. Não esqueçamos que a sua importância se permite muitos movimentos, também a torna num verdadeiro alvo a abater. Como nenhum outro peão tem o seu valor, qualquer outro peão é bom para sacrificar para a obter! A rainha é tão poderosa no ataque como no contra-ataque, devido às suas múltiplas possibilidades, dado o número de casas que cobre, mesmo que alguns prefiram colocá-la na defesa para a colocar em menos perigo.
Está interessado na defesa escandinava, onde a rainha é jogada muito rapidamente? Manuel Apicella, grande mestre internacional de xadrez, ensina-lhe mais sobre ela!
II – A história da dama, a peça mais forte do jogo : de vizir a rainha!
A rainha tornou-se indiscutivelmente a peça principal do jogo em termos de ataque e de defesa. Estapeça de longo alcance, com o seu terrível poder, altera claramente todo o equilíbrio do jogo. Se o sucesso do jogo de xadrez se baseia num equilíbrio entre as peças, é interessante notar que ele encarna também uma cultura, uma época e, por vezes, até ideologias. Voltaremos a este ponto simbólico mais tarde, mas primeiro: Ela sempre foi uma rainha no jogo de xadrez? Você pode gostar do nosso lindo tabuleiro de xadrez Blueberry? Madeira bonita e rainhas ao estilo inglês!
1. O jogo de xadrez e a rainha do xadrez no contexto da sua adaptação à cultura europeia
O jogo de xadrez, na sua versão europeia, é muito diferente dos outros. De facto,o xadrez representa a sociedade e não é por acaso que a peça maior e mais importante é o rei.
Além disso, as peças devem ser colocadas à volta do rei por ordem de tamanho. Isto lembra-nos obviamente os jantares reais (ou mesmo os jantares nobres, ainda hoje) em que as pessoas mais importantes estão mais próximas do rei. No entanto, este aspeto deve ser relativizado, pois a torre, que é também uma peça de longo alcance, é muito importante, apesar de estar situada nas extremidades. Também é importante lembrar queo jogo de xadrez precisa de equilíbrio para proporcionar um jogo interessante e estimulante. Tudo no jogo de xadrez não pode certamente ser interpretado como um espelho da sociedade na medida em que é acima de tudo um jogo e asregras devem proporcionar um jogo equilibrado.
Finalmente, como pode ler no nosso artigo sobre a história do xadrez, o jogo teve origem nas províncias asiáticas e passou pelos persas e otomanos para chegarviaEspanha durante a conquista otomana (de 5 séculos), à Europa.
O jogo de xadrez foi então adaptado à cultura europeia, pelos europeus. De facto, vamos contextualizá-lo. O jogo de xadrez é o reflexo dos povos e das civilizações que o criaram. Assim, as peças correspondiam a personagens das sociedades em causa. A moeda rainha que hoje conhecemos não era a rainha mas um conselheiro, o vizir(vizir, vazir, wasîr, wesir ou mesmo wezir). O rei era um Shâh, o que correspondia ao regime persa. Até havia umelefante no lugar do bobo!
Então, já que estamos interessados no lugar dada rainha, devemos notar que inicialmente era o vizir. Este vizir tinha movimentos muito mais limitados, apenas podia efetuar um movimento diagonal de uma só casa. Isto fazia dele uma peça de curto alcance, cuja importância não estava à altura da rainha europeia. Quando o jogo de xadrez chegou ao Ocidente, os europeus tornaram-no seu e, por isso, adaptaram-no muito naturalmente à sua representação da sociedade, a sua sociedade. Para saber mais sobre a história do jogo de xadrez, consulte o nosso artigo dedicado! Desta forma, os elefantes que não lhes são tão familiares tornam-se loucos. Note-se o lugar junto do casal real, como que para o divertir. Esta passagem foi provavelmente facilitada pela tradução da palavra elefante para persa ().Fil, em sânscritopīlu que dará “louco”).De qualquer forma, a ideia parece bastante natural. O Shâh tornou-se um rei e também muito naturalmente ao seu lado estava a figura da rainha. O cavaleiro continua a ser um cavaleiro, o que também parece lógico na medida em que é comum às duas civilizações. É também de notar que o cavaleiro se tornou, se não uma parte essencial do jogo, pelo menos a sua estética. A grande amizade entre cavalos e europeus pode ter algo a ver com isto.
Finalmente, então, foi neste contexto de adaptação de um jogo persa da Ásia que a rainha se tornou a rainha. Arainha assume uma importância considerável em termos de deslocação, o que altera radicalmente a forma de jogar inicial. A rainha por volta de 1470 (assim como o rei) pode adicionalmente efetuar um salto de duas casas sem tomar com a primeira jogada. Isto torna-adiferentemente poderosa para defender e atacar muitas casas ao mesmo tempo! Tanto que criou um verdadeiro desequilíbrio no jogo… Este desequilíbrio seria restabelecido 110 anos após estas alterações com a invenção do roque e, posteriormente, com o fim deste salto de duas casas. Os movimentos da rainha eram de tal ordem que o nome do jogo de xadrez ficaria mesmo impregnado deles, muito mais centrado na rainha, o jogo era então designado por ““.xadrez da rainha” ou “jogo da rainha enfurecida“! Isto mostra que neste período o jogo tinha claramente ocentro de gravidade a dama.
2. Os peões e a rainha do xadrez durante o período revolucionário
Como vimos, na história do xadrez, o jogo de xadrez, como representação da sociedade teve uma importância simbólica. Durante o período revolucionário, por exemplo, os peões assumiram grande importância no pensamento xadrezístico dos jogadores republicanos. Para significar, evidentemente, a importância do povo na sociedade. Foi isto que levou alguns a afirmar que todo o jogo se baseava na colocação dos peões, um verdadeiro conceito político. O jogo de xadrez foi mais tarde proibido pelos revolucionários de 1789 porquea utilização do rei e da rainha foi considerada monárquica. Também já vimos longamente que o jogo de xadrez foi utilizado pelos comunistas (precisamente como um prolongamento da revolução francesa) com objectivos ideológicos. Foi neste contexto da Revolução Francesa que foi acrescentada uma regra ao jogo. A regra era que um peão podia transformar-se numa rainha. Como resultado, o peão podia agora comer os seus adversários. O peão podia, na imagem da meritocracia, transformar-se na peça mais poderosa do jogo se chegasse ao fim das provas do tabuleiro de xadrez na 8ésimacasa, por exemplo.
É por isso quealguns jogos têm 2 peças extra, que sãoduas rainhas extra (uma branca e uma preta) no caso de um peão conseguir tornar-se numa rainha. A convenção é que, se não houver uma segunda rainha, é utilizada uma torre invertida. Se está à procura de um jogo de xadrez com duas rainhas extra, nós temos a coisa certa:
3. A dama, rainha ou virgem? Uma influência definitiva do cristianismo.
Tal poder de uma moeda tão simbólica obviamente nos faz pensar sobre o lugar da rainha e, da mesma forma, da mulher na ordem social. Daqui emerge uma teoria, nomeadamente que este poder da dama ecoa o aumento do poder das mulheres nos principados italianos do século XV. Este século corresponde ao domínio da rainha (por volta de 1470), e parece mesmo que foi Isabel, a Católica, que pediu explicitamente que o lugar e os movimentos da rainha fossem alterados! A rainha pediu que a rainha tivesse mais poder no tabuleiro de xadrez! É
então que ela poderá mover-se em todo o lado.
Além disso, note-se que a dama também é chamada de rainha e até, por vezes, de virgem. Isto pode ser uma surpresa, mas todos estes nomes fazem-nos obviamente pensar na Virgem Maria, nossa senhora. Assim, podemos supor que o seu poder no jogo provém da cultura cristã. É claro que as rainhas sempre foram muito importantes nas sociedades cristãs. A Virgem Maria (provavelmente não é por acaso que a rainha também era chamada devirgem) tem um lugar muito importante na liturgia cristã. Maria, de resto, descrita como “rainha” (cf.Salve Regina, traduzido como “Je vous salue Marie” em francês, mas em latim “regina” significa de factoQueen). Assim, o lugar da mulher nas sociedades cristãs não tem paralelo. E a importância das rainhas demonstra-o bem.
Em França, por exemplo, as rainhas governaram o país em muitas ocasiões. Podemos pensar em Blanche de Castela, que na ausência de São Luís governou o país. Mas houve também a sua avó, Eleanor da Aquitânia, que governou a França juntamente com o seu marido, o rei. Teve uma enorme influência na política francesa e britânica, uma vez que foi rainha de ambos os países (sem precedentes na história)! Podemos pensar em Catarina de Médicis, uma figura de rainha, se é que alguma vez existiu, e em tantas outras… Ninguém pode negar a importância dos santos e das rainhas nas sociedades cristãs. O culto mariano é muito importante para os cristãos, e ainda mais em França. Ainda em França, uma das santas mais amadas é também Santa Joana d’Arc (é raro ver uma igreja sem a sua estátua).
Nesta continuação, é de facto Marianne (contração de Marie e Anne, que é mãe de Marie) que representa a República. Poderíamos falar mais simplesmente dofin amor, que coloca a dama num verdadeiro pedestal, fazendo dela o objeto de todos os sacrifícios do cavaleiro. A tradição do poeta era também a de escrever belos poemas para a rainha, como fez o famoso Ronsard. Um facto interessante é que os hebreus já tinham uma posição muito melhor para as mulheres do que os seus vizinhos. Com os romanos, por exemplo, com o direito canónico, as mulheres tinham um lugar extremamente limitado, não podendo sequer controlar verdadeiramente a sua vida. Também com os gregos, a situação não era muito melhor. O trabalho de Régine Pernoud é muito interessante a este respeito. Ela tende a mostrar que, na Idade Média, devido à enorme influência do cristianismo na época, a posição das mulheres era muito melhor (encontrámos registos de votação para a eleição de presidentes de câmara que incluem os nomes próprios das mulheres do século XII, por exemplo). Mas foi o direito canónico, ou direito romano, que teve uma influência negativa no seu estatuto a partir de então.
Em conclusão, este período da Idade Média corresponde portanto ao da constituição de uma rainha muito importante no jogo (século XV). O que constituiria uma explicação seria o facto de ter sido o cristianismo, no seu apogeu durante este período, a influenciar profundamente esta importância simbólica (e real) da rainha. Note-se também que na sua forma tradicional (staunton) o rei usa uma cruz na cabeça, pelo que o facto de ser potencialmente Isabel a Católica (com um nome mais do que explícito) que sustenta o poder da rainha, apoia ainda mais esta análise.
Embora muito tenha sido escrito sobre a história da rainha do xadrez, seu design viu muitos designs de rainha esculpidos em madeira. De fato, a rainha assumiu muitas formas no xadrez. A mais conhecida é obviamente a forma staunton. A rainha é então marcada pelo seu tamanho (a segunda maior do jogo), bem como pela sua coroa, que corresponde à coroa das rainhas. Na The King’s Chessboards™, propomos mais de 600 estilos de rainhas… Encontrará certamente a sua nesta vasta seleção! Aqui estão algumas das nossas recomendações:
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Fontes:
https://fr.wikipedia.org/wiki/Dame_(%C3%A9chess)
https://fr.wikipedia.org/wiki/Isabelle_la_Catholique
https://www.babelio.com/livres/Pernoud-Pour-en-finir-avec-le-Moyen-Age/30185
https://www.lefigaro.fr/culture/2014/08/03/03004-20140803ARTFIG00122-les-rois-du-roque.php